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Cinomose

A cinomose é uma doença sistêmica que atinge cães e pode levá-los à morte. Causada pelo Canine Distemper Virus (CDV), é uma enfermidade altamente contagiosa e oportunista, o que significa que acomete principalmente animais com baixa imunidade. Por essa razão, filhotes, cachorros idosos, doentes ou estressados costumam ser as vítimas mais frequentes. 

Sintomas

A cinomose costuma percorrer determinados estágios. O mais comum é que os primeiros sintomas se manifestem nos olhos, com secreção e conjuntivite; depois a doença atinge o sistema respiratório, provocando secreção nasal, tosse e pneumonia. No terceiro estágio, a enfermidade torna-se mais evidente, originando pequenas tumorações com pus na região abdominal do cão, além de ressecamento e descamação da pele das patas.

Na quarta etapa, a cinomose ataca o sistema digestivo do animal, causando vômitos e diarreia. Por fim, a doença alcança o sistema nervoso, fazendo o cachorro perder a coordenação motora e sofrer com tremores musculares e episódios de convulsão. 

A evolução de um estágio para outro acontece de forma bem rápida e em 85% dos casos a enfermidade é fatal. Alguns animais não resistem ao agravamento do seu quadro clínico, outros têm o sistema nervoso comprometido de tal forma que a reversão dos sintomas pode não ocorrer, levando o animal a sequelas gravíssimas.  

Como acontece o contágio?

As secreções nasais e oculares de cachorros infectados pelo vírus da cinomose são as principais vias de transmissão da doença, mas não são as únicas. As fezes de cães doentes também são responsáveis pela propagação e até os fômites (objetos que entraram em contato com o vírus) representam uma ameaça. 

A coisa é tão séria que a transmissão da doença pode se dar até pelo ar. Isso porque o vírus da cinomose é muito resistente e pode permanecer nos ambientes e nos objetos por cerca de um mês. 

Assim, mesmo que nunca tenha contato direto com um animal doente, um cão saudável pode adquirir cinomose num simples passeio na rua. Basta que ele cheire o chão onde dias antes havia fezes de um cachorro infectado, por exemplo. 

Em relação aos fômites, os próprios donos podem produzi-los. Como? Simplesmente andando na rua. A família com quem o pet vive pode levar o vírus para dentro de casa em seus próprios sapatos, e o cão pode se contaminar ao cheirar ou lamber o calçado contaminado ou o mesmo chão onde alguém pisou usando ele. Dá para perceber como a cinomose é altamente contagiosa e, como não há formas de garantir que o pet não tenha contato com o vírus, a única medida eficaz para proteger os cachorros é a vacinação.

Tratamento 

Infelizmente, não há tratamento direto para a cinomose. Depois que se instala no organismo do animal, o vírus não pode ser combatido e os cuidados com o cão são direcionados para o alívio dos sintomas e a recuperação do sistema imunológico dele, já que só as próprias células de defesa podem lutar contra o vírus. 

Prevenção

Somente a imunização contra o Canine Distemper Virus é capaz de proteger os cães da cinomose. A doença já foi erradicada em alguns países, mas no Brasil, devido à alta população canina e ao baixíssimo percentual de animais vacinados, ela permanece ameaçando os cães. Não existe época do ano mais propícia para o vírus se disseminar. Novos casos da doença surgem o tempo inteiro. 

A vacina que protege contra a cinomose é a décupla, também conhecida como V10, que também atua na prevenção de outras nove doenças (hepatite, adenovirose, parainfluenza, parvovirose, coronavirose e quatro variações de leptospirose canina). 

A primeira dose deve ser aplicada aos 45 dias de vida e outras três doses de reforço devem ser dadas após intervalos de 21 dias, desde a dose anterior. Depois dessa imunização na primeira fase da vida do animal, a V10 deve ser reaplicada anualmente, para garantir a continuidade da proteção. 

Antes de receber a vacina, o pet deve ser avaliado por um médico veterinário, que verificará se as condições de saúde dele permitem a imunização naquele momento ou se há algum problema que precisa ser tratado antes. Essa avaliação é essencial, já que, se a vacina for aplicada no animal doente, ela pode ser ineficaz ou até fazer mal ao bichinho. Além disso, é importante vacinar em uma clínica de confiança, pois a procedência da vacina e as condições de armazenamento influenciam na sua qualidade.

A cinomose não é uma zoonose, o que significa que não acomete seres humanos. Entretanto, a preocupação com a própria saúde jamais deve ser a única motivação para um dono vacinar o seu cachorro. Quem ama seu pet se importa com o bem-estar integral dele e, com certeza, não encara com tranquilidade o fato de seu bichinho viver sob o risco constante de contrair uma grave doença. Vacine seu pet!